sexta-feira, 2 de março de 2012

ESTUDO MUNDIAL REVELA O IMPACTO DA ENDOMETRIOSE NA VIDA DE SUAS PORTADORAS!!


É em março, o mês de conscientização da endometriose. No Brasil, ainda não temos nenhum evento neste mês, uma data de âmbito nacional, onde haja esta conscientização. Não importa a data, o importante mesmo é que haja uma semana ou um dia para conscientizarmos a população do nosso país, e do mundo todo, como a endo pode destruir a vida de uma mulher. Quem sabe muito em breve não trazemos esta ideia de março ao Brasil? Porém, todo dia é dia de conscientizar. Por isso, março, abril, maio, junho, julho vamos colorir o mundo de amarelo, a cor que elegeram para retratar a endometriose. Aliás, o assunto de hoje é sobre o impacto que a doença causa na vida de uma mulher. Como o meu trabalho de jornalista consiste sempre em muita pesquisa, seja em campo, ou na internet, escrevo hoje sobre o primeiro estudo mundial sobre o impacto social que a doença causa na vida de uma mulher, realizado pela World Endometriosis Research Foundation (WERF), em 2011.

Ao começar a ler o artigo, a frase do doutor e professor Stephen Kennedy, um dos co-autores do estudo e membro da WERF, me chamou atenção. Endometriose afeta mulheres durante os principais anos de suas vidas, um momento em que elas deveriam estar terminando seus estudos, iniciando ou mantendo suas carreiras, construindo relacionamentos e, talvez, começando a formar uma família. Para essas mulheres ter sua produtividade afetada, sua qualidade de vida comprometida e suas chances de começar uma família reduzida, é algo que a sociedade não pode mais ignorar. É tempo de ver o investimento sério na prevenção desta doença debilitante na próxima geração de mulheres", disse o professor Kennedy. Eu só corrigiria para o fato de que a endo já debilita a vida de suas portadoras. E isso independente da geração. Infelizmente, a endo não é algo que só irá impactar nas próximas gerações. Mas podemos salvar vidas, para que as nossas próximas gerações, não sofram como nós sofremos. A endo causa muito transtorno e muitas dores incapacitantes, e precisamos mudar esta realidade.

De acordo com a ONU (Organizações das Nações Unidas), a endometriose afeta 176 milhões de mulheres no mundo todo, ou seja, quase a população total do Brasil, que, segundo o Censo 2010, é de quase 191 milhões de pessoas. Ao fazer essa comparação, esse número é realmente assustador. Já imaginou todo o Brasil doente? O Estudo Global de Saúde da Mulher (GSWH) reuniu 1418 mulheres entre 18 e 45 anos, de 16 centros em 10 países nos cinco continentes. Foram recrutadas apenas mulheres que tiveram sua endometriose detectada após a cirurgia de laparoscopia. Aquelas que já tinham o diagnóstico antes da cirurgia foram excluídas da pesquisa. Foram respondidas 67 perguntas relacionadas aos sintomas e o impacto que essas mulheres tiveram em suas vidas, comparando o impacto desses sintomas em mulheres com e sem diagnóstico de endometriose. O coordenador do estudo, dr. Kelechi Nnoaham, afirmou que essa amostra é para destacar a situação de 176 milhões de mulheres que têm suas vidas afetadas pela endometriose. "Nossa pesquisa é o primeiro estudo prospectivo a ser realizado no domínio da endometriose para avaliar o impacto da doença", disse o investigador principal, dr. Krina Zondervan, epidemiologista e cientista sênior do Centro Welcome Trust de Genética Humana. Agora, o próximo passo desses pesquisadores é tentar explicar por que a endometriose afeta mulheres distintas e de formas diferentes. Essas duas frentes fazem com que a endo, ainda seja chamada de a doença enigmática. Até então, eu nunca ouvira falar de outra doença que recebera o nome de enigmática. Abaixo, as principais conclusões sobre o estudo:


     · Mulheres com endometriose tiveram um atraso médio de sete anos do início dos sintomas até que foram finalmente diagnosticados e tratados;


     · Two-thirds of women sought medical help for their symptoms before the age of 30 (one-fifth below the age of 19); Dois terços das mulheres procuraram ajuda médica para seus sintomas antes dos 30 anos (um quinto com idade inferior a 19);


     · 65% of women with endometriosis presented with pain, and one-third of these women were also infertile; 65% das mulheres com endometriose apresentou dor, e um terço destas mulheres também eram inférteis;


     · Infertility alone, without pain, was reported in 14% of women with endometriosis and 29% of those who did not have endometriosis. Infertilidade sozinha, sem dor, foi relatada em 14% das mulheres com endometriose, e 29% daquelas que não têm endometriose;

     · The severity of endometriosis (r-AFS disease stage) did not reflect the severity of a woman's symptoms; A gravidade da endometriose não reflete a gravidade dos sintomas de uma mulher;

     · Women with endometriosis suffer a 38% greater loss of work productivity than those without endometriosis – this difference was mainly explained by a greater severity of pain symptoms among women with endometriosis; Mulheres com endometriose sofrem uma perda 38% maior da produtividade do trabalho do que aquelas sem endometriose - esta diferença foi explicada principalmente por uma maior gravidade dos sintomas de dor entre mulheres com endometriose;

     · Reduced effectiveness at work accounts for more loss of work productivity than time missed from work; Reduzida eficácia em contas de trabalho para mais perda de produtividade do trabalho do que tempo perdido de trabalho;

     · Non-work related activities, such as housework, exercising, studying, shopping and childcare were also significantly impaired by the painful symptoms of endometriosis; O tido como não-trabalho, ou seja, outras atividades, tais como, tarefas domésticas, fazer exercícios, estudar, fazer compras, entre outras, também foram significativamente prejudicada pelos sintomas dolorosos da endometriose;

     · The pain symptoms of endometriosis reduce quality of life, with the impact being mainly on physical, rather than mental, health. Os sintomas dolorosos da endometriose reduzem a qualidade de vida da mulher. Esse impacto é principalmente físico, em vez de saúde mental. As symptoms become more severe, quality of life is further reduced.

Com o diagnóstico tardio, os sintomas se tornam ainda mais graves, e, consequentemente, a qualidade de vida de uma endomulher é ainda mais reduzida. Por isso, quanto mais rápido a mulher descobrir que tem endometriose e começar seu tratamento, mais qualidade de vida essa mulher terá. No Brasil, os médicos-pesquisadores do ambulatório de algia pélvica e endometriose da Unifesp realizaram quatro estudos causados pelos efeitos do diagnóstico tardio de endometriose nas mulheres, apresentados no último Congresso mundial, na França, em 2011, e que tema da matéria do “Jornal da Tarde”, a qual fui personagem, no último sábado dia 25. Portanto, mulheres, prestem atenção em seu corpo. Cólicas menstruais muito fortes, aquelas que não melhoram com um analgésico, antes, durante e após a menstruação, dores durante as relações sexuais, alterações intestinais e urinárias durante o período menstrual e dificuldade para engravidar procure seu ginecologista. Espero que curtam! Ah, eu não ando muito bem, estou com muitas dores, em especial, na lombar, onde dói muito 24 horas por dia. Por isso tenho me dedicado menos ao blog, Agradeço a atenção e a compreensão de todos. Beijos com carinho!!


Fonte: http://endometriosisfoundation.org/

9 comentários:

  1. Nao tenho endo, mas minha irmã talvez tenha, ela inda ira fazer os exames. Tenho pesquisado bastante sobre a doença e esse blog é ótimo.

    A minha dúvida é, mesmo com tratamento existe possibilidade da doença se agravar? A cirurgia é definitiva?

    Minha irmã tem apenas 23 anos, ela nao costuma sofrer com dores fora do período menstrual, só ultimamente que esta sentindo um pouco de desco foto na relação sexual, mas não que segundo ela não chega a ser uma dor, mas acho que essa questão poderá ser melhor avaliada qdo ela tiver os resultados...se for o caso, espero que o tratamento a ajude e q a doençao não piore.

    Que materia interessante, é ruim ler o quanto a endo pode prejudicar a vida das mulheres e que é uma doença enigmitica, isso sempre complica as coisas, mas bom saber que isso pode mudar. Que o investimento sério dessa doença aconteça logo!

    Abraços.

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    1. Olá, Luisa como vai?
      Seja muito bem-vinda ao blog. Fico feliz com seu elogio. E é isso que me faz esquecer minhas dificuldades e seguir em frente, sempre com muito otimismo e fé em Deus, de que tudo dará certo. É ainda mais emocionante ver seu interesse em ajudar sua irmã. Nem todas as irmãs são assim! Parabéns por sua atitude! São pessoas como vc, que faz a diferença num país como Brasil, e que pode mudá-lo. As minhas dores têm uma explicação: a minha endo voltou e está se espalhando. Semana que vem vou ao médico para ver o que iremos fazer. Eu tinha muito fé de que iria ficar apenas na primeira cirurgia, que fiz em julho de 2010. Em menos de dois anos, a endo voltou e com tudo. Infelizmente, é uma doença muito perigosa, mas que é possível controlá-la. Espero um dia controlar a minha. Sua irmã mora em São Paulo? Se, sim, posso indicá-la a Unifesp, que tem um tratamento maravilhoso pelo SUS. Se precisar escreva para carolinesalazar7@gmail.com Que os nossos políticos comecem a nos enxergar. Esse é um dos meus sonhos. Vamos torcer para que ele se torne realidade! Beijos com carinho!!

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  2. Corrigindo: desconforto.

    Boa sorte com as dores, muitas melhoras!,

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  3. Este artigo fala sobre a doença e todos os campos que afetam. a luta é dura e nossa única esperança é a Itália ricerca.in descobriu uma das causas da doença: um bisfenol e certas acções conexas, como a poluição e xenoestrogens.

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    1. Oi, querida, Cristina!
      Quero publicar este artigo aqui no blog. Obrigada por sua participação. Estamos na mesa luta! Vamos juntas e unidas, em busca de um atendimento digno a todas às portadoras de endometriose do mundo todo. Beijos com carinho!!

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  4. http://www.endo101.com/xeno.htm

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    1. Obrigada, querida Luiza. Como está sua irmã? Vou publicá-lo! Beijos com carinho!!

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  5. É normal as portadoras de endometriose terem disturbios de coagulação, como plaquetopenia? descobri que estou com isso também...

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    1. OI Jéssica,
      Tudo bem? Eu nunca ouvi falar sobre isso, mas vou pesquisar. Se algum médico passar por aqui, por favor, responda a esta duvida, de nossa querida leitora. Beijos com carinho!!

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