quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A PERDA SILENCIOSA DO RIM LIGADA À ENDOMETRIOSE - PARTE 2!

Na segunda parte de "A perda silenciosa do rim ligada à endometriose ureteral" (leia a parte 1 aqui), os cientistas mostram dois casos, o de uma mulher de 35 e outra de 30 anos, de hidronefreose (dilatação e distensão da pelve renal) causados por endometriose e fibrose. Infelizmente, a endometriose pode acometer vários órgãos do corpo feminino, e não apenas da pelve e ou do abdômen, como muitas pessoas pensam. Já contamos aqui, histórias de leitoras com endometriose em órgãos considerados distantes da pelve, como a da americana Candice, que teve no pulmão, e da capixaba Patricia Gastaldi, no diafragma.  Por isso, o diagnóstico precoce é o melhor aliado para que a doença não avance e não se espalhe em outros órgãos. 

Entre para a nossa campanha: "Seja do bem vote pelo reconhecimento da endometriose como doença social”. Vote no A Endometriose e Eu, no prêmio TopBlog Brasil 2013. Neste ano, cada pessoa tem duas chances de voto. É um voto por e-mail e outro com o facebook. Se você tiver email e facebook, vote com os dois, pois assim teremos mais chances. Clique no link (http://bit.ly/18wANh9) e dê o seu voto. A primeira opção é o voto por e-mail, onde no primeiro espaço você vai colocar seu nome e sobrenome e, no segundo, seu e-mail. Você clica na seta votar, que está à direita na cor laranja. É necessário validar seu voto em seu próprio e-mail, que você vai receber do prêmio TopBlog Brasil. Basta clicar no link que estará em seu email, e pronto, seu voto foi validado com sucesso! Na sequência aparece o F, em azul, do facebook. Clica na seta laranja, faça seu login e pronto. Voto validado com sucesso! Conto com a ajuda de todos vocês em votar e, em especial, em compartilhar meu pedido entre seus amigos. Afinal, como eu sempre disse: "a união faz a força e juntos somos mais fortes". O primeiro turno vai até o dia 9 de novembro. Aproveite para conhecer a linha de camisetas exclusivas que acabamos de lançar para espalhar a conscientização da endometriose. É a nossa conscientização fashion! Beijo carinhoso!! Caroline Salazar

A perda silenciosa do rim ligada a endometriose ureteral - parte 2:

Autores: Camran Nezhat, MD, Chandhana Paka, MD, Mona Gomaa, MD, Erica Schipper, MD

Tradução: Alexandre Vaz
Edição: Caroline Salazar

Caso 2:

Uma mulher de 35 anos com histórico de miomectomia abdominal (nota do tradutor: cirurgia realizada para retirar o mioma (fibroma) do útero) e de parto de cesariana chegou até nós com dor pélvica persistente resistente a tratamento medicamentoso. As tomografias axial computadorizada, abdominal e pélvica, revelaram hidronefrose direita proeminente. Ultrassom renal mostrou uma diminuição da espessura cortical renal e funcionalidade de apenas 21% no rim direito e 71% no esquerdo.

Mais uma TAC de confirmação revelou hidronefrose semelhante e hidroureter com obstrução do ureter direito e atrofia do rim direito, provavelmente devido a obstrução crônica. Um stent ureteral foi aplicado pelo urologista sem benefício subsequente da obstrução no exame renal e foi recomendada um seccionamento do ureter para salvar o rim.

A laparoscopia revelou que a endometriose estava infiltrada em profundidade nos  hemipelve esquerdo e direito, obstrução total do ureter direito e o ureter esquerdo envolvido por fibrose e endometriose. Uma ureteroneocistostomia (nota do tradutor: transplantação cirúrgica do ureter para outro local da bexiga) direita e ureterolise (nota do tradutor: libertação das aderências do ureter) esquerda extensiva foram realizadas.

A patologia era consistente com endometriose intrínseca no ureter direito. A paciente tinha tido um pós-operatório calmo e sem observações registradas.

Caso 3:

A paciente de 30 anos apresentou dor pélvica, menorragia e infertilidade. Nesse mesmo ano ela teve uma TAC abdominal que revelou hidroureter esquerda, e obstrução renal esquerda crônica com atrofia renal, provavelmente devida a obstrução distal pela endometriose.

A paciente foi submetida a uma laparoscopia que revelou a pelve completamente obliterada com aderências e endometriose. O ureter esquerdo estava totalmente envolvido em fibrose e endometriose e a cistoscopia confirmou a ausência de jato ureteral esquerdo.

Adicionalmente, uma lesão retossigmoide de endometriose de grandes dimensões localizada a 10cm da beira anal. Correção extensiva das aderências, tratamento da endometriose, ureterolise esquerda e remoção de 5cm da lesão retossigmoide da endometriose foram efetuadas.

O rim não foi cortado, pois parecia que o alívio da doença pélvica extensiva iria permitir um melhoramento da constrição. A patologia era consistente com endometriose e a paciente recuperou bem.

Discussão dos dois casos:

Embora a endometriose tenha sido descrita em 1960 por Shroen, um médico alemão, e um ano mais tarde Ruysch, um anatomista holandês tenha proposto uma versão inicial da menstruação retrógrada, a sua patogénese continua oculta.


Após modificações da hipótese formulada no século 17, por Sampson na década de 1920, a teoria da menstruação retrógrada implantando endométrio nas superfícies peritoneais e persistindo lá, é uma explicação plausível para a maioria das lesões e é a mais aceita ainda hoje.

Nenhum comentário:

Postar um comentário