terça-feira, 13 de janeiro de 2015

ESTUDO REVELA: MULHERES MAGRAS TÊM MAIS CHANCE DE TER ENDOMETRIOSE DO QUE AS OBESAS!!

imagem cedida por Free Digital Photos

Em mais uma tradução exclusiva, o A Endometriose e Eu traz um estudo americano realizado em 2013 a respeito de endometriose x obesidade. A pesquisa fala sobre o índice de massa corporal (IMC) em relação à doença e também à infertilidade. O estudo pode chocar muitas pessoas, mas segundo os pesquisadores, ele é de grande valia aos médicos quando forem diagnosticar uma mulher com endometriose. Ele NÃO sugere que a obesidade mórbida nas mulheres, seja de alguma forma, mais saudável do que um corpo esguio, e que essa razão criará menor risco de endometriose. Porém, ele afirma que a obesidade está diretamente ligada à infertilidade, assim como a Síndrome do Ovário Policístico (SOP).  Beijo carinhoso!! Caroline Salazar

Tradução: Alexandre Vaz  
Edição: Caroline Salazar

Mulheres magras têm maior risco de desenvolver endometriose do que as obesas

Mulheres com um corpo esguio possuem maior risco de desenvolver endometriose do que mulheres com obesidade mórbida, de acordo com o maior estudo de investigação sobre essa correlação.

O estudo publicado na revista online europeia - líder em medicina reprodutiva - a Human Reproduction revela que o risco de endometriose é 39% mais baixo em mulheres com obesidade mórbida (aquelas que possuem índice de massa corporal – IMC - acima de 40), comparado com o índice de 18,5 – 22,4 que se situa em um intervalo de valores entre o baixo e o médio.

Quando os pesquisadores olharam para os IMC's das mulheres do estudo, elas tinham 18 anos. Os cientistas descobriram que as que tinham obesidade mórbida nessa fase de suas vidas tinham um risco 41% menor de desenvolver endometriose do que as que tinham o IMC considerado baixo ou normal. A associação era mais forte no grupo de mulheres consideradas inférteis – aquele que estavam tentando engravidar há mais de um ano. Foi constatado que existia uma taxa de endometriose significativamente inferior (62%) entre as mulheres com obesidade mórbida com as que possuíam um IMC normal ou baixo, enquanto que 77% mais baixo entre as mulheres que aos 18 anos tinham obesidade mórbida, comparativamente às que na mesma idade tinham um IMC considerado normal ou baixo.

Os autores do estudo reforçam que embora estas descobertas estabelecem uma relação entre a endometriose e o IMC, não revela que baixo IMC causa endometriose. “É importante notar que embora as fortes evidências que sublinham a associação entre o peso corporal e a endometriose, as inferências relacionadas com as causas do processo patológico subjacente não podem ser feitas.”

Os mecanismos que podem ser responsáveis pela ligação entre o IMC e o risco de endometriose não são claros, mas os pesquisadores apontam para a possibilidade de o IMC em uma idade menor poder influenciar a saúde mais tarde. Especialmente quando se sabe que pode ter impacto em outras doenças. Como por exemplo, a Síndrome do Ovário Policístico (SOP) é mais comum em mulheres obesas e o efeito da menstruação e os hormônios podem desempenhar um papel na redução do crescimento das lesões endometriais.

Primeiro autor do estudo, o clínico e professor assistente Divya Shah (MD) dos Hospitais e Clínicas da Universidade do Iowa (EUA) falou: “É necessária mais pesquisa para entender os mecanismos biológicos subjacentes às associações que observamos nos nossos estudos. Manter um IMC saudável ( entre 18,5 - 24,99) durante toda a infância, adolescência e idade adulta está associado com uma miríade de benefícios conhecidos. O estudo não sugere que a obesidade mórbida nas mulheres, seja de alguma forma, mais saudável do que um corpo esguio, e que essa razão criará menor risco de endometriose. É mais provável que esses fatores estejam relacionados com a infertilidade, que é mais comum entre as mais obesas, e estejam ligados ao reduzido risco de endometriose.

“As nossas descobertas que as mulheres magras possuem um maior risco de endometriose é útil para os médicos quando estão fazendo um diagnóstico. Também significa que futuras pesquisas poderão focar-se nestas mulheres para descobrir as causas, por forma a desenvolver tratamentos para a prevenção desta condição.” As descobertas chegam da Nurses Health Study II, que tem rastreado 116.430 enfermeiras nos Estados Unidos desde Setembro de 1989. Os dados foram analisados após 10 anos, mas agora os pesquisadores possuem 20 anos de dados.

Durante os 20 anos de estudos, um total de 5.504 mulheres foram diagnosticadas com endometriose por meio da laparoscopia. Somente as mulheres com o diagnóstico confirmado dessa forma foram incluídas nas análises. As mulheres que integraram o estudo tinham entre 25 e 42 anos de idade. Completaram um questionário sobre o seu histórico médico quando se juntaram ao grupo, incluindo seu peso e sua altura aos 18 anos de idade, e em intervalos de dois anos a partir de então. As informações sobre o peso atual, a altura, e após 1993, circunferências da cintura e do quadril, e qualquer diagnóstico de confirmação de endometriose por laparoscopia foram também incluídos.

O autor sênior do estudo, o professor associado Stacey Missmer, da Harvard Medical School (Boston, EUA) afirmou: “ A análise dos dados recolhidos nos primeiros 10 anos revelaram uma proporção inversa entre a endometriose e o IMC na faixa de 18 anos entre todas as mulheres, e em um subconjunto de mulheres inférteis, uma proporção inversa entre endometriose e IMC. A disponibilidade de mais 10 anos de dados recolhidos pelo Nurses Health Study II permitiu o acompanhamento de mais 2986 casos adicionais de endometriose que foram diagnosticados após os 25 anos, através da maior parte da sua vida reprodutiva. Este estudo confirma que mulheres com baixo IMC, tanto aos 18 anos como em idade mais avançada, correm maior risco de desenvolver endometriose. Essa associação mantem-se com maior incidência em mulheres inférteis, mas existe independentemente do estado de fertilidade.

“Tanto quanto quaisquer dados podem afirmar serem definitivos, acreditamos que esse estudo alargado fornece provas conclusivas a proporcionalidade inversa entre a endometriose e o IMC.”

Estima-se que a endometriose afeta uma em cada 10 mulheres em idade reprodutiva. Como o diagnóstico de endometriose só é confirmado por laparaoscopia, é difícil, senão impossível, determinar o ponto preciso em que esta surge. Um estudo recente levado a cabo em 16 centros de 10 países, mostrou que a idade média em que as mulheres apresentam sintomas de endometriose é 26 anos, levando em conta que a maioria das mulheres tem um atraso de seis a sete anos entre os primeiros sintomas e o diagnóstico definitivo.

Nota do Tradutor: Penso que não vale a pena a traduzir as referencias biográficas. O assunto é tão complexo que quem quiser aprofundar mais não terá outro remédio senão aprender inglês e ter um bom nível de domínio da língua. A tradução como está serve para dar uma ideia geral para o público.

Fonte: Medicalxpress


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