domingo, 9 de outubro de 2016

A HISTÓRIA DA LEITORA LÍVIA BURIN MARTINELLI E SUA ENDOMETRIOSE GRAU III!

A psicóloga Lívia Burin Martinelli, de São Paulo


Neste mês contamos a história da psicóloga Lívia Burin Martinelli, de São Paulo. Mesmo tendo vários sintomas da doença e a mãe como portadora da doença, Lívia demorou anos para descobrir que as fortes cólicas que sentia tinha nome: endometriose. Já pelo fato de ser filha de uma portadora, ela tem sete vezes mais chances de ter endometriose que aquela mulher que não tem parente de primeiro grau com a doença. E o fato de suas cólicas a levarem ao hospital, era quase certo de que poderia ter a doença. E foi numa dessas idas ao hospital que Lívia encontrou aquela médica (rara nos dias de hoje) que ouviu suas queixas, a examinou e suspeitou da doença. Muitas vezes Deus coloca anjos em nossos caminhos. E foi ao cruzar com a doutora Graciela Morgado que Lívia descobriu ser portadora de endometriose. Agora, após a cirurgia e o tratamento inicial Lívia tenta realizar o sonho da maternidade. Estamos aqui na torcida! Beijo carinhoso! Caroline Salazar

“Meu nome é Lívia B. Burin Martinelli tenho 33 anos e vivo em São Paulo. Trabalho como psicóloga em uma UBS (Unidade Básica de Saúde), e em consultório particular.

Desde a adolescência tenho ciclos menstruais com fluxo intenso. A princípio não tinha cólicas, mas por volta dos 18 anos elas passaram a fazer parte da rotina dos meus ciclos. Medicamentos comuns, que as amigas tomavam para cólicas, não surtiam efeito. Cheguei a fazer uso de drogas de ação anti-inflamatória que atualmente estão fora do mercado, como o “inicox”, por exemplo.

Em determinado momento, comecei a suspeitar de endometriose, pelo fato de minha mãe ter apresentado o quadro. No caso dela, o diagnóstico foi bem tardio. Lembro-me de vê-la sofrer, buscando todos os recursos para o que imaginava ser problema na coluna. Por fim, ela teve que ser submetida à histerectomia (retirada do útero, aos 35 anos) e, posteriormente, fez outra cirurgia para a remoção de um ovário. Em 2010, em consulta com meu ginecologista da época, questionei-o sobre esta possibilidade, e recebi a seguinte resposta: “não é só porque sua mãe teve que você terá também, mas em todo caso, solicito o CA 125 se você quiser”. CA 125 é um marcador tumoral, e o exame é feito via hemograma mesmo. Não acusou nenhuma anormalidade. Então segui acreditando que apenas não tive sorte com meu tipo de ciclo, e deveria me conformar e seguir com os anti-inflamatórios para as cólicas.

Em dezembro de 2011 (já com 28 anos), trabalhava em uma clínica oncológica. Estava no segundo dia do ciclo, com cólicas incômodas, e realizei dois atendimentos seguidos naquela manhã (não consegui uma pausa para ir ao banheiro entre eles). Foi o suficiente para um “vazamento”. Até o jaleco que usava por cima da roupa ficou manchado de sangue. Saí mais cedo, cansada e frustrada, e fui ao pronto-socorro pedir algo para a dor, e um atestado para levar ao trabalho.

Felizmente, Deus colocou no meu caminho minha atual ginecologista, a doutora Graciela Morgado Folador, que na ocasião estava de plantão lá. Contei minha história, fui muito bem examinada (apesar de ser pronto-atendimento), e soube por ela que o CA 125, não necessariamente, acusa quadros de endometriose.

Pedi o contato do consultório dela, e já saí com uma solicitação para realizar ultrassonografia com doppler colorido e preparo intestinal. Fiquei bem apreensiva durante o exame, porque a médica que o realizou apertava de todos os lados para registrar as imagens, o que doía um pouco. Além disso, foi ficando com uma expressão preocupada, o que por consequência já me alarmou. Então perguntei o que havia e ela mostrou as aderências no útero e no ovário direito, e me informou que eu tinha sim endometriose. Por sorte, estava com minha mãe no dia, que já havia vivido isto e me incentivou a tratar logo, para que eu não tivesse o mesmo desfecho que o dela.

Fui submetida à videolaparoscopia em fevereiro de 2012, com a doutora Graciela e equipe. Foi possível remover as aderências sem a retirada de nenhum órgão, mas perdi um pouco de parênquima ovariano do lado direito. O resultado do anátomo-patológico foi um quadro moderado (grau III ou IV, se não me engano). Iniciei com Cerazete para não menstruar mais, mas não me adaptei. Então passei ao Qlaira, e emendava uma cartela na outra por orientação médica, mas ainda assim tinha escapes. Assim que surgiu o Allurene, iniciei o uso, e aí realmente passei a não menstruar. Melhorou muito a minha qualidade de vida!

 Desde a cirurgia, sempre fiz ressonâncias magnéticas regulares para acompanhar o endometrioma que “sobrou” no ovário direito, e verificar a ação das medicações. Há pouco mais de um ano parei a medicação para tentar engravidar naturalmente. Meus ciclos estão menos intensos, e o Buscofem agora dá conta das cólicas. Fiz alguns exames, que acusaram baixa reserva ovariana e suposto obstáculo no que diz respeito à fertilidade. Meu anti-mulleriano está baixo (nota da editora: exame que verifica a qualidade dos óvulos) e meu FSH está alto (nota da editora: teste de hormônio folículo-estimulante).  Passei recentemente por três ciclos de indução (coito programado), com apoio do meu marido, mas infelizmente sem sucesso. Optamos por dar um tempo e tentar mais um pouco naturalmente, pois não são tratamentos baratos, e geram estresse e expectativa para o casal, o que também atrapalha.


Esta é minha história. Depois de sofrer anos om as cólicas fortes, de ter minha mãe como portadora da doença descobri que tenho endometriose grau III. Espero que minha história ajudem outras mulheres a descobrirem sua endometriose mais precocemente. Sigo na luta e me sinto privilegiada por ter conseguido ter acesso a um tratamento adequado, que me trouxe qualidade de vida e informação a respeito desta doença. Foi tardio o diagnóstico, mas sei que há casos bem mais severos e com muitos comprometimentos. Preocupo-me em especial com quem não tem plano de saúde ou condições de pagar tratamento particular. Não podemos desistir de conscientizar e promover prevenção ao invés de tratamento. Beijo carinhoso!”

2 comentários:

  1. Realmente quando encontramos anjos no nosso caminho é gratificante! Eu encontrei o Dr Hélio e graças a Deus minha vida melhorou bruscamente 😍

    ResponderExcluir
  2. Estou com suspeita de estar com Endometriose, desde 2008 tenho tido ocorrência de cistos de conteúdo espesso nos ovários, ora no direito ora no esquerdo.
    2008= OD 2,4 x 1,9 e 2,2 x 2,2
    2009= OE 2,5
    2009= OE 1,5 x 1,3
    2013= OE 1,7
    2015= OE 2,3 e OD 1,4
    2016= OE 1,4x 9mm e OD 2,4 x 1,4
    Agora vou fazer outra ultrassom transvaginal e ressonância da pelve. Tenho cólicas as vezes fortes outras nem tanto, o fluxo é mais intenso no segundo dia. Depois comento aqui com vocês. Parabenizo você Caroline Salazar por esse Blog cheio de esclarecimentos, a todas as mulheres que compartilham suas experiencias, dúvidas e dicas e aos médicos pelas informações. Abraços. Que Deus abençoe a todos nós.

    ResponderExcluir