sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A HISTÓRIA DA LEITORA BETH GOMES DE LIMA E SUA ENDOMETRIOSE!!!

Depois da história da Sirlene Moraes, agora é a vez da minha querida leitora Elizabeth Gomes de Lima, de 31 anos, que mora em Guarulhos, na Grande São Paulo, contar como é a sua vida com a endometriose.

“Em janeiro de 2010 fiz uma ultrassonografia e apareceu um teratoma (tumor cístico preenchido por cabelos e materiais sebáceos e pode ser benigno e maligno), no meu ovário esquerdo. Tomei vários remédios para o cisto diminuir ou desaparecer, mas nada. Também fiz exames de sangue de dosagem hormonal, o CA 125, e nenhum deu a endometriose. Foi uma luta, pois a médica que passo há anos não faz a cirurgia por videolaparoscopia. Com isso ela indicou para eu passar no Nipo-Brasileiro, mas o hospital não atendia o meu convênio. Comecei, então, a passar em vários médicos. Alguns faziam a vídeo, mas nunca casava o hospital com o médico e plano. Com isso o cisto aumentou e as dores também. Eu já não conseguia ter relações sexuais com meu o meu marido e, ir ao banheiro e fazer o intestino fucionar era um sofrimento! Sempre fui muito ressecada e, com o cisto, a coisa piorou e sentia cólicas horríveis, mas nunca reclamei e acho que me acostumei com as dores. Afinal, as pessoas não são muito compreensivas quando falamos que estamos com cólica, acham que é frescura de mulher. Depois de muito procurar passei no Hospital San Paolo com um especialista em vídeo. Com esse médico eu senti segurança, afinal de contas, depois que descobri que a minha médica não poderia me operar, a minha insegurança aumentou muito. Mas com esse médico senti-me bem e, o mais importante, ele passou a segurança de que eu precisava. Já na consulta ele pediu os exames pré-operatórios, pois nos casos de teratoma, o qual fui diagnosticado, o prodecimento é cirurgico, mesmo. Não tem outra coisa a fazer. Durante este processo, o meu esposo foi mandado embora e, o meu convênio era pela empresa que ele trabalhava. Quase surtei e isso já era dia 09 de junho. Corri para fazer tudo antes da homologação e, por conta disso, a cirugia foi já no dia 30. Horas antes da cirurgia bateu um medo, pois o cisto estava grande e eu corria o risco de perder o ovário esquerdo. A certeza de ser portadora de endometriose veio depois da vídeo, no período da tarde. Dr. Guiliano me informou que eu já estava com focos no peritônio e com aderências. O meu intestino estava colado ao ovário esquerdo que, graças a Deus, foi preservado. O teratoma, na verdade, era um endometrioma (endometriose nos ovários) e confesso que fiquei assustada, pois ao contrário de muitos, eu já sabia da doença e tudo o que ela poderia causar com a mulher. Depois da conversa no consultório, veio a decisão de que não posso engravidar agora. Financeiramente ainda não é possivel e o sonho de ter um filho foi adiado, pois além da vontade de ser, mãe não podemos tapar os olhos e achar que não há gastos. Estou terminando a minha casa e depois de tanta informação, eu já teria que começar a tentar a engravidar. Mas, nas tentativas por conta da menstruação, corro o risco de ter novos focos. Aí, não dá para correr esse risco, pelo menos agora. Depois do resultado da biópsia confirmando a endometriose, dei entrada no Posto de Saúde para pegar o Zoladex 10,8 mg. Nem mesmo com cirurgia e o cisto, a minha menstruação atrasou, acredita. Veio no dia certinho 21 de julho e, no dia 23, dei entrada no remédio. No mês seguinte, quando fui buscar o remédio, fiquei menstruada de novo. Estou com medo de ter novos focos e muito angustiada com esse remédio e com todos os efeitos colaterais que ele pode causar. Entre eles, o de não conseguir engravidar depois, de que tudo isso estrague a minha vida conjugal. O meu marido é dez, uma pessoa maravilhosa, mas também não dá para conviver com tantos problemas de uma vez só, né. Apliquei o Zoladex dia 25 de agosto, uma quarta-feira. Nos primeiros dias fiquei normal e não tive dores. Mas, em 15 dias, veio novo sangramento, que segundo a bula é normal. Os efeitos colaterais não demoraram muito para aparecerem. Tive muita enxaqueca e insônia. Também tenho muito calor, mas muito mesmo, é uma coisa de doido. Ainda não voltei a ter a minha vida de mulher com o meu marido. Ter relações sexuais é raro, pois além da dispareunia (dor forte durante o ato sexual), o ressecamento é horrível. Receitaram-me um creme vaginal, o Ovestrion, que tira um pouco o ressecamento, mas ainda não é suficiente. Após a aplicação do Zoladex voltei ao médico e, de acordo com o ultrassom, o meu ovário esquerdo está normal, sem focos e com o tamanho reduzido, que segundo o doutor é normal. Agora, só não sei quando vou começar a tentar realizar o sonho da maternidade. Mas quero começar ainda em 2011. O meu marido voltou a trabalhar e, com isso, posso continuar as obras para terminar a minha casa. Sou casada há quatro anos e quem mais me ajudou a enfrentar a doença foi o Marcos, o meu amado esposo. Mas sempre achamos que era uma simples cólica, embora eu sempre tivesse medo da endometriose. Tenho total apoio dele, que é supercalmo e tranquilo, ao contrário de mim que sou superagitada, estressada e muito perfeccionista. Antes da cirurgia, eu tinha dores fortes durante as relações sexuais. Após a cirurgia, tentamos e senti um pouco de dor, não muito forte, mas uma dor mais concentrada no lado esquerdo. O meu esposo tem sido um parceiro compreensivo e está sempre ao meu lado. Aliás, agradeço todos os dias a Deus por ter colocado Marcos em minha vida. Já a minha família não tem muito conhecimento sobre a doença, mas nunca me julgou e sempre entendeu as minhas dores e me apoiou. Sempre sofri com cólicas horríveis, mas achava que era do período menstrual. Com o tempo, a cólica foi ficando mais intensa. Eu sempre fazia exames, mas nada especifico que fosse a fundo ao problema. Suspeito que tenho endometriose desde os meus 19 anos. O meu primeiro diagnóstico foi errado. Ao invés do teratoma, eu tive um endometrioma (endometriose nos ovários). Confesso que, a única coisa que tenho medo, depois da cirurgia e do Zoladex é continuar com as dores. Só quem sente sabe como é. Tenho FÉ que Deus está ao meu lado, me dando força e conforto para superar o que tiver que ser. Outra coisa importante e que tem me ajudado muito é buscar conhecimento e amizade de quem tem o mesmo problema e saber que somos solidários com quem precisa e com quem está no mesmo barco que o meu! Em fevereiro voltou ao médico para fazer novos exames. Sei que ainda tenho um longo caminho a percorrer, pois a endometriose ainda não tem cura, mas com FÉ e o amor do meu marido sei que estou no caminho e tratamento certos.“

7 comentários:

  1. O apoio da família e, principalmente dos parceiros (namorados, maridos) é fundamental para a recuperação da mulher!

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  2. Interessante seu relato... Eu estou há anos tentando fechar um diagnóstico e entendo a sua dor. Todos os meses sinto dores terríveis no durante a menstruação e forma um nódulo no umbigo. Os primeiros médicos me disseram que era hérnia e já queriam fazer cirurgia. Não me convenci desse diagnóstico, pois só doía quando estava menstruada. Fui pesquisar em bases de dados da saúde e pelos sintomas, casava com endometriose umbilical. Fiquei assustada! Depois disso, já passei por 05 ginecologistas diferentes e nenhum deles se interessou por fechar o diagnóstico. Alguns me encaminharam para cirurgião geral, pois não era competência deles (ginecologista) o assunto. Bem, 03 anos se passaram e ainda não sei ao certo o que tenho. Pelo menos, a ginecologista que me acompanha agora, é mais humana e tem tentado descobrir o que provoca essas dores mensais. Espero que essa história tenha um final feliz!

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  3. Olá Anônimo, como vai?
    Torço também por um final muito feliz! Ainda bem que você está com uma ginecologista bacana. Boa sorte! Depois volta pra contar o que deu! Beijos com carinho!!

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  4. Olá! Eu passei pelo mesmo poblema que vc fiz minha cirurgia e me recupero bem graças a Deus! Bjsss e felicidades

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  5. eu tambem tive endometriose há 2 anos e meio e graças a Deus não sinto mais nada .Fiz a cirurgia tomei Zoladex mas Jesus foi quem agiu na minha vida estou completamente curada e não sinto nenhum sintoma vida completamente normal.LOUVADO SEJA DEUS...

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  6. Boa tarde!

    Descobri a endometriose esse ano e desde então estou atrás do tratamento e de algo que diminua as dores, que são imensas.
    Hoje fui ao médico e ele pediu um exame o histerossalpingografia...E ainda não consegui descobrir se o convênio cobre. Quero engravidar e não consigo, o que me chateia. Espero conseguir resolver essa situação.

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  7. Eu passo pelo mesmo problema sogro com
    Isso já tem uns anos alguém sabe me dizer se no hospital San Paolo tem especialista
    Em endometriose?

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