segunda-feira, 29 de abril de 2013

3 ANOS DE BLOG! ENTREVISTA EXCLUSIVA: DOUTOR NAMIR CAVALLI, GINECOLOGISTA E ESPECIALISTA EM ENDOMETRIOSE EM CASCAVEL, NO PARANÁ!!

No artigo de hoje, uma entrevista exclusiva do A Endometriose e Eu com o ginecologista gaúcho doutor Namir Cavalli, da Clínica Salus. A intenção do blog é aos poucos achar médicos humanos que tratam endometriose em todo país, de preferência por convênios. Porque eu sei que é muito complicado para as mulheres virem a São Paulo em busca de tratamento adequado. Principalmente, quando se trata de uma doença crônica e sem cura, e que tudo indica está virando um surto no Brasil. E como o tratamento particular é muito, muito caro e poucas mulheres têm acesso a ele, é preciso democratizar “o atendimento humano” da endometriose no Brasil. E eu acredito que todas as endomulheres merecem tratamento digno, feito por quem entende não só da doença, mas que saiba tratar a mulher como um todo.A final, somos a “dona da doença”. É difícil sim achar especialistas como eu acho que deve ser, mas não impossível. Aliás, ando recebendo milhões de emails, tenho mais de 100 para responder, a maioria pedindo indicações médicas e eu digo: "é muito difícil indicar médico, porque é preciso conhecer e mais do que isso, é preciso confiar, tipo “botar a mão no fogo”, sabe. Indico os que conheço, mas em breve, espero achar médicos no país todo que pelo menos pratica no dia a dia de seu consultório aquilo que jurou na faculdade, ao se formar.

Conheci o doutor Namir Cavalli quando fui convidada pela jornalista Soraia David a participar de seu extinto programa sobre saúde, o “Medicina & Saúde”, em 2011. Pra mim, um dos melhores que já teve sobre saúde. Logo que bati o olho nele no vídeo me simpatizei com o doutor Namir. Como diz o ditado: “Meu santo bateu com o dele! risos”. Não deu tempo de participar do programa, porque eu nunca imaginara que alguém leria este blog, quanto mais ser chamada para dar entrevista! Quando assisti ao programa fiquei prestando muita atenção para ver bem quem era aquele médico de voz grave e calma que explicava aos “colegas” sobre a doença. E gostei muito, mas muito mesmo não só da explicação, mas também deste gaúcho que dedica sua vida há cerca de três décadas (e a nós mulheres). Ele explicou com excelência como realmente a doença pode ser perigosa tanto ao corpo quanto a nossa mente. Falou das dores muitíssimo bem. E confesso que adorei quando ele falou da “parte psíquica,  das dores, principalmente, da “dor incapacitante da dispareunia”, e da “equipe multidisciplinar”. Afinal, foi a união do meu ginecologista e do meu proctologista que me livrou das dores fortes da doença. A pauta foi elaborada por mim e a entrevista realizada pela minha querida colega Soraia David. Bom, ela já virou nossa correspondente no Paraná. E exclusiva, hein! Adorei a entrevista, principalemente, quando ele compara os casos de dengue aos de endometriose em Cascavel. Se a dengue é questão de saúde pública, por que a endometriose não? Sinceramente, eu não entendo, e a presidente, Dilma Rousseff, tem de olhar por nós, afinal, ela é uma mulher, como nós, tem filha! Eu não entendo porque ela nos ignora, porque não reconhece logo a endometriose como uma doença social. Beijo carinhoso!

Entrevista por Soraia David
Edição: Caroline Salazar

Gaúcho de Espumoso, Namir Cavalli formou-se em Santa Maria, no Rio Grande do Sul e especializou-se em Ginecologia e Obstetrícia em Campinas, interior de São Paulo. Há 28 anos é médico em Cascavel, no oeste do Paraná, e tem o respeito de colegas de todas as áreas da medicina. Doutor Namir é um desses raros profissionais que se debruçam com total comprometimento e seriedade sobre uma das doenças que mais tem chamado a atenção da população feminina: a endometriose. Referência mundial em endometriose, o A Endometriose e Eu se empenha a cada dia em leva informações de qualidade às pessoas que buscam entender e vencer os obstáculos que esta doença acarreta às mulheres  no mundo todo.

O que é? 

A endometriose, segundo o especialista, é a presença de tecido endometrial (glândulas e/ou estroma) fora da cavidade uterina. Endométrio é o tecido que reveste o útero por dentro e que a cada 28/30 dias descama (menstrua). A incidência é de 10 a 15% das mulheres a partir da primeira menstruação, tornando-se uma doença de alta prevalência. Perguntei ao Dr. Namir, o que pode ser feito para ajudar as mulheres que se encontram nas estatísticas citadas. “Acredito que uma maior divulgação e conscientização da classe médica para que se pense mais na doença quando frente a pacientes portadoras de cólicas menstruais, dor pélvica crônica, dor na relação sexual -  principalmente na penetração profunda, dor para evacuar, sangramento nas fezes ou na urina no período menstrual e casos de infertilidade. Em geral os sintomas da doença iniciam antes dos 20 anos de idade e se acentuam com o passar dos anos”, relata.

Infertilidade feminina:

Um dos maiores problemas ocasionados pela endometriose é a dificuldade de engravidar, fator explicado pelo médico: “Na literatura mundial a endometriose causa cerca de 25 a  50% dos casos de infertilidade feminina. O mecanismo pelo qual a endometriose causa infertilidade ainda não está bem esclarecido, mas sabemos que pode ocorrer por aderências pélvicas (junção de estruturas que estão normalmente separadas), endometriomas (que são cistos de endometriose dos ovários “os chocolates” que acarretam uma qualidade ruim nos oócitos “óvulos femininos”, explica. Outros fatores que são desconhecidos ainda da medicina também podem levar, de acordo com Dr. Namir, à infertilidade. “Pacientes com poucas e pequenas lesões que não conseguiam engravidar há alguns anos e que após a videolaparoscopia engravidam em poucos meses e pacientes com múltiplas lesões  que têm o diagnóstico durante uma cesariana (o que leva a pensar que esta mulher não poderia ter engravidado) por exemplo, são questões que a medicina ainda não respondeu”, conclui.

Complicações da doença:

 De uma maneira geral a endometriose afeta as mulheres basicamente em três pontos principais:
- Infertilidade (não permitindo gravidez);
- Dor pélvica incapacitante, impedindo a mulher de exercer suas atividades o que acarreta uma grande falta ao trabalho;
- Dor na relação sexual principalmente na penetração profunda, ou seja interfere nas 3 situações mais importantes na vida de uma mulher moderna: fertilidade, sexualidade e realização profissional.

O diagnóstico:

O diagnóstico da endometriose na maioria das vezes ocorre pela história clínica da paciente, com o relato do início das cólicas menstruais progressivas quando não respondem ao uso de anticoncepcionais orais. O doutor Cavalli complementa: “Dor pélvica crônica (mais de 6 meses), dispareunia (dor na relação); aparecimento de tumores ovarianos ao ultrassom, dor ao toque com percepção de nódulos em fundo de saco vaginal, manchas arroxeadas no fundo da vagina no exame especular, alteração no CA 125 (exame de sangue que originalmente foi instituído para câncer de ovário e que hoje é utilizado para auxiliar no diagnóstico da endometriose). Os trabalhos atuais demonstram que a endometriose tem um caráter genético familiar importante, ou seja, tem hereditariedade: pacientes da mesma família têm uma chance maior de desenvolver endometriose”, ressalta o especialista.

As causas:

O especialista de Cascavel diz que apesar das pesquisas, as causas principais da endometriose não são bem definidas. “Ainda não sabemos a origem da doença e não temos um marcador genético molecular que possa nos predizer quem terá ou não endometriose, tampouco temos uma medicação ou comportamento que seja eficaz na prevenção do desenvolvimento ou agravamento da doença”, informa. Sobre os sintomas, doutor Namir afirma que podem ser confundidos com as cólicas normais: “Normalmente são confundidos com as cólicas menstruais normais e fisiológicas, mas se utilizarmos anticoncepcionais orais e houver uma melhora destas cólicas, com grande acerto podemos dizer que estas cólicas não são causadas pela endometriose. Se após os  3 primeiros meses de utilização do anticoncepcional oral as dores persistirem, podemos pensar e realizar outros procedimentos para o diagnóstico porque possivelmente estamos frente a uma paciente portadora de endometriose. Se isso vier acompanhado de dispareunia de profundidade (dor na relação durante a penetração profunda) podemos afirmar quase convictamente tal diagnóstico”, afirma.

Avanços da medicina:

Um dos pontos levantados na entrevista diz respeito aos progressos feitos na área de diagnóstico e tratamento da endometriose. “Na verdade, a grande evolução se deu com o advento da videolaparoscopia, o que aprimorou o diagnóstico e o tratamento. No Brasil, a videolaparoscopia foi introduzida em 1990, e a partir daí, realmente iniciou a grande evolução. No momento ainda o melhor tratamento é a cirurgia - principalmente a cirurgia videolaparoscópica -  porque temos uma visão ampliada da doença e com isso podemos realizar uma ressecção melhor. Depois da cirurgia podemos lançar mão dos análogos do GnRH que têm um resultado muito bom, mas o tempo de uso é limitado devido aos efeitos colaterais, principalmente quanto aos sintomas de uma menopausa. Com a utilização a longo prazo desses medicamentos, a osteoporose (descalcificação nos ossos) pode facilitas fraturas”, explica doutor. Namir reforça que seu uso deve ser sempre após a realização de cirurgia para tratamento da endometriose e não antes, pois o diagnóstico definitivo da doença ocorre com a biópsia durante o ato operatório.

A dedicação ao diagnóstico e tratamento da endometriose:

Com um largo sorriso no rosto, característica marcante do doutor Namir, ele narra como iniciou os trabalhos voltados para a endometriose. “Em 1990 eu e o doutor Sagae, da Gastroclínica Cascavel, adquirimos um aparelho de videolaparoscopia - no Brasil poucos serviços realizavam este procedimento. Com a chegada deste equipamento, que veio da Alemanha, houve a necessidade de reaprendermos um novo modelo  de cirurgia que é a cirurgia minimamente invasiva,  a laparoscopia (nota da editora: cirurgia minimanete invasiva com duas pulsões na pelve (uma de cada lado) e outra no umbigo, realizado com anestesia geral. Quando gravada recebe o nome de videolaparoscopia e a paciente tem de sair do hospital com o DVD da cirurgia). Fui em busca de alguém que estivesse realizando este método no Brasil e descobri em São Paulo  meu querido amigo, que hoje não está mais entre nós, o doutor Francesco Viscomi, e em julho de 1991 iniciamos com o serviço de videolaparoscopia em Cascavel”, relembra. Através do aparelho de alta tecnologia para a época, o doutor Namir e o doutor Sagae encontraram muitos casos de endometriose grave no início, que foram diagnosticados como inoperáveis, devido ao número de aderências e que em muitos aspectos parecia com o câncer. Realizavam então a biópsia, interrompendo o procedimento. A iluminação de luz amarela era ruim, segundo o médico, o que dificultava a visão, mas para a época, consideravam normal. “Em 1992 participei juntamente com doutor Francesco e outros colegas do Brasil, do 3º Congresso  Mundial de  Endometriose realizado em Bruxelas, na Bélgica. Veja bem, se há 21 anos  já ocorria um Congresso Mundial apenas para ser discutido o tema endometriose, percebi a importância da doença para as mulheres e não parei de estudá-la desde então”, conta. 

Equipe multidisciplinar:

Doutor Namir defende a interação de uma equipe multidisciplinar no atendimento e explica o motivo: “A endometriose acomete as mais diferentes estruturas dentro da pelve feminina e fora dela, principalmente, as estruturas próximas como o aparelho digestivo (reto, sigmóide, apêndice, intestino delgado) bem como o trato urinário, seja bexiga ou os ureteres. Daí a importância de termos durante o ato operatório um cirurgião do aparelho digestivo ou proctologista e também um urologista, todos conhecedores da doença e de suas nuances, tendo o ginecologista como responsável pela equipe para que a cirurgia ocorra no sentido da  preservação da fertilidade e também se aplica, caso seja necessário, ao tratamento clínico coadjuvante. Às vezes e não menos importante, necessitamos da presença de fisioterapeutas, psicólogos, enfermeiras e outros profissionais para uma melhor orientação e acompanhamento da  paciente portadora de endometriose”, ensina.

Os números da doença no Brasil:

A endometriose está virando um surto no país. Médicos falam que nunca viram tantos casos agressivos como nos últimos dois, três anos. Sobre isto, doutor Namir é pontual: “Realmente nos últimos anos os casos de endometriose avançada estágios 3 e 4 tem sido diagnosticados com uma frequência cada vez maior. Acredito que se deva aos meios de diagnósticos mais precisos e também porque o número de profissionais que tratam destes casos mais avançados ainda seja muito restrito - talvez no máximo somos 10 serviços com esta experiência no Brasil”, relata. O especialista faz uma pausa e reforça: “adolescentes que têm cólica menstrual e que não respondem ao uso de anticoncepcionais orais devem procurar um especialista para que se possa pensar em um possível diagnóstico de endometriose.”

O tratamento:

A maioria das mulheres que precisa fazer tratamento com análogos de GnRH ficam com medo dos efeitos colaterais. Muitas se recusam a fazer, mesmo sendo prescrito pelo médico. Doutor Namir encoraja o tratamento, justificando: “A utilização de análogos do GnRh está sendo utilizado com frequência menor; houve um período em que se utilizava em todas as pacientes portadoras de endometriose e/ou dor pélvica crônica por um período longo de 12 meses. Atualmente utilizamos análogos em casos específicos por períodos curtos de no máximo 6 meses. Com isso os efeitos colaterais são menores e menos intensos. Não há a necessidade da utilização de análogos por mais de 6 meses  porque o nível mínimo de estrógenos circulantes (hormônios femininos) ocorre no terceiro mês de uso,  tempos maiores que este são desnecessários. Utilizamos os análogos naquelas paciente em que percebemos que ocorreu a permanência da doença após a cirurgia, ou seja, não conseguimos extirpar toda a doença  em um único ato operatório; na endometriose grave em que tratamos toda  a doença, mas em que se deseja a gravidez e se utilizarmos o análogo melhora as chances de gestação, e nas portadoras de adenomiose uterina (endometriose do músculo uterino), pois ocorre uma melhora da fertilidade após a utilização do análogo”, finaliza.

Reconhecimento social da doença:

Cerca de 40% das mulheres portadoras de endometriose vivem em estado incapacitante. Este dado, por si só caracteriza a doença com uma das piores que surgiu até hoje justamente por deixar algumas quase inválidas. Doutor Namir Cavalli posiciona-se de modo taxativo quanto a isto: “Trata-se de uma questão simples, vamos traçar um comparativo entre endometriose  e dengue. Em nossa cidade tivemos a notificação de 56 casos de dengue no primeiro trimestre deste ano e apenas no nosso serviço diagnosticamos 30 novos casos de endometriose neste mesmo período. Não lhe parece um caso de saúde pública?”, indaga.

A cura:

Uma pergunta que paira no ar quando o assunto é endometriose e que interessa a todas as pessoas envolvidas diz respeito às pesquisas e avanços na área. Será que os cientistas estão próximos de descobrir a cura para a endometriose? Para o especialista do Paraná, a questão é matemática. “Acredito que a cura ainda como em todas as doenças, esteja  no diagnóstico precoce e em uma cirurgia que trate a endometriose como um todo. Os medicamentos que estamos utilizando até o momento são apenas paliativos e complementares a um tratamento cirúrgico eficaz, mas a pesquisa sobre endometriose no mundo é muito intensa. Penso que teremos algumas novidades em pouco tempo. O 14º Congresso Mundial de Endometriose será  no Brasil, na cidade de São Paulo em 2014, e acredito que teremos algumas novidades para informar à população sobre o tratamento desta doença”, diz.

As novas gerações de especialistas: 

A peculiaridade da doença exige sério comprometimento do profissional para que o tratamento seja exitoso. Considerando tal aspecto, Cavalli avalia o perfil do médico que diagnostica e trata a endometriose: “Deve ser muito estudioso e muito curioso, pois anualmente são lançados no mercado mundial cerca de 1 mil novos trabalhos sobre a doença e algumas opções terapêuticas novas. Isto nos leva ao estudo ininterrupto e à aquisição de uma boa habilidade para microcirurgia; sem falar no humanismo empregado, pois este profissional irá  tratar dos problemas mais significativos para a mulher moderna  como fertilidade, sexualidade e trabalho”, lembra.  A escassez de bons especialistas no país também é comentada durante a entrevista, o que leva à seguinte reflexão do especialista: “A videolaparoscopia que por enquanto é o procedimento de eleição para tratamento da endometriose, nasceu fora das escolas de medicina. Com isto, o preparo dos profissionais tornou-se oneroso  do ponto de vista financeiro e os próprios profissionais bancam o aprendizado - e a isso se deve o pequeno número de profissionais  preparados para executar este tratamento. Atualmente existem alguns centros de formação de profissionais em número maior e algumas escolas já estão formando médicos com este perfil. Quero acreditar que em um tempo  não muito distante, o tratamento da endometriose em seus mais diferentes estágios será de mais fácil acesso para as mulheres em geral”, determina.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

3 ANOS DE BLOG!! "COM A PALAVRA, O ESPECIALISTA", O DOUTOR HÉLIO SATO!!



Em mais uma “Com a Palavra, o Especialista" do mês de aniversário do A Endometriose e Eu, a seção aborda mais uma vez os análogos de GnRH. Recebi esta pergunta pelo facebook e no mesmo momento já perguntei à EndoLeitora se poderia colocá-la aqui. Imagino que esta possa ser uma dúvida de muitas EndoMulheres que estão neste mesmo tratamento. Ainda mais por se tratar de uma das dores que mais falamos aqui, a dispareunia. A leitora Bianca Ciola, do ABC Paulista, conta que está em tratamento com o Zoladex e que a dor pélvica melhorou, mas que está sentindo “dores durante a relação sexual”. É normal, não é? O que fazer? A outra pergunta é uma das maiores dúvidas de quem está pensando em engravidar ou para quem já está grávida. Para as futuras EndoMamães, ôôôôô dúvida cruel.. Qual o melhor parto: normal ou cesárea?  Peço às EndoMamães que já passaram por esta experiência deixar sua opinião aqui. Apesar de já ter sofrido com muita dor, eu sempre soube que no dia que tiver filho, meu parto com certeza será cesárea. Minha mãe teve eu e minghas duas irmãs de parto normal, mas eu não tenho essa coragem dela não... e olha que estamos em outros tempos.  

Lembramos que esta seção é informativa e foi idealizada com o objetivo de esclarecer dúvidas comuns entre as EndoLeitoras e que ela não substitui sua consulta médica. Por isso, não é permitido abordar casos específicos que interfira no tratamento. Quem tiver dúvidas, deixe-as aqui com nome e sobrenome (pode ser siglas), a cidade e o estado. Ah, e para quem não conseguiu assistir minha participação no programa "Profissão Saúde", na última terça-feira, dia 23, assim que a produção liberar o programa irei colocá-lo no blog. Beijos com carinho!!

1 - Tomei a injeção de Zoladex 10.8 e melhorou muito a minha cólica. Porém, após a injeção comecei a sentir dores durante a relação sexual. Eu não tinha essas dores antes. É normal? Bianca Ciola, São Bernardo do Campo, Grande São Paulo.

Doutor Hélio Sato: O Zoladex (como outros análogos de GnRH) diminui consideravelmente a produção dos hormônios femininos, que leva à queda da libido e da lubrificação da vagina. Assim, frequentemente, surgem dores no ato da penetração (no início da atividade sexual). Porém, se as dores forem sentidas mais ao fundo da vagina, pode ser que seja algum implante de endometriose que esteja resistindo à ação terapêutica da medicação. Sugiro, assim, rever com o médico que a acompanha uma reavaliação.

2 - Qual o melhor tipo de parto para quem tem endometriose e por quê? E se ainda não há cura para a doença, por que é sugerido que a mulher engravide? Hosana Santana - São Paulo - SP

Doutor Hélio Sato: Não há preferências em relação à via de parto devido a endometriose. A decisão sobre o parto pauta-se em parâmetros do pré-natal. Porém, dado a hipervalorização da gravidez, habitualmente, opta-se pela cesárea pelo maior conforto, e talvez, pela segurança. A cura pode ser alcançada se for retirado o útero e os ovários (nota da editora: como já escrevemos aqui). Porém, esta alternativa deve ser proposta principalmente nas mulheres mais maduras e que não desejam mais gestar. Porém, a associação de tratamento cirúrgico + clínico ou somente o tratamento clínico, dependendo de caso a caso, quando supervisionado por especialista e com aceitação do tratamento pela paciente, via de regra, controla muito bem a endometriose, sem que haja necessidade de histerectomia. Na gravidez, devido aos 9 meses sem menstruação + o período de amamentação inibe eficazmente a endometriose. Porém, esta deve ser opção para àqueles casais que desejam ter filhos, não deve ser considerada para as mulheres que não desejam ter filhos no momento, independentemente do grau da endometriose. E dependendo do caso, as opções terapêuticas são eficazes no tratamento da endometriose.

Sobre o doutor Hélio Sato:


Ginecologista e obstetra, Hélio Sato é especializado e endometriose e em laparoscopia. Ele tem graduação em Medicina, Residência Médica, Preceptoria, Mestrado e Doutorado em Ginecologia pela Universidade Federal de São Paulo. É pesquisador principal de projeto regular da FAPESP.

Hélio Sato tem certificado em Laparoscopia pela Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e de Obstetrícia. É membro da AAGL “American Society of Gynecology Laparoscopy” e é membro associado da clinica GERA de reprodução humana. (Acesse o currículo Lattes do doutor Hélio Sato).

terça-feira, 23 de abril de 2013

EU E O BLOG AO VIVO NO PROGRAMA PROFISSÃO SAÚDE, DAS 19H ÀS 20H!!!

É hoje terça-feira, dia 23, das 19h às 20h, eu e o blog estaremos ao vivo no "Programa Profissão Saúde" apresentado por Fernando Mattos. Eu e o doutor Eduardo Schor, coordenador do ambulatório de algia pélvica e endometriose da Unifesp, iremos falar sobre As dores da endometriose. Para assistir ao programa ao vivo acesse: http://www.tvgeracaoz.com.br/  Para participar e só acessar esse link no horário do programa. Beijo carinhoso!








segunda-feira, 22 de abril de 2013

EU E O BLOG AMANHÃ AO VIVO NA WEB NO PROGRAMA PROFISSÃO SAÚDE SOBRE ENDOMETRIOSE!!

Amanhã, terça-feira, dia 23, das 19h às 20h, eu e o blog estaremos ao vivo no programa "Programa Profissão Saúde" apresentado por Fernando Mattos. Eu e o doutor Eduardo Schor, coordenador do ambulatório de algia pélvica e endometriose da Unifesp, iremos falar sobre As dores da endometriose. Para assistir ao programa ao vivo acesse: http://www.tvgeracaoz.com.br/  Para participar e só acessar esse link no horário do programa.

Sabe quando você trabalha, trabalha e Deus te dá uma mãozinha? Pois é, Deus está sempre ao lado de seus filhos do bem e para o bem! Um belo dia de março, alguns dias antes do I Brasil na Conscientização da Endometriose, fui ao banco (o que acontece uma vez ao ano e olhe lá!) Então, com certeza foi Deus quem me mandou lá, naquele dia e naquela hora! E quando a minha gerente ia falar: "Eu preciso te apresentar uma pessoa", eis que a pessoa apareceu lá: o apresentador Fernando Mattos, e a Flávia deu um grito: "Nossa estava falando de vc!". "Coisa de Deus", pensei. "Obrigada, Senhor", agradeci bem baixinho.

Ali troquei cartão com o Fernando, falei um pouco sobre o blog, sobre o evento, mas como ele viajaria com a família na Páscoca, não pode ir. Ele disse que já estava a fim de abordar o tema e  falou da possibilidade de uma entrevista em maio. Na última sexta-feira, meu telefone tocou e era o Fernando perguntando se poderíamos marcar para a próxima terça-feira, dia 23 de abril, o programa sobre endometriose. Como o programa fala diretamente com profissionais da saúde, Fernando quis um giencologista especializado em endometriose e, como eu já sabia que o doutor Hélio Sato não poderia, já fui atrás do doutor Eduardo Schor. E como o Fernando adorou quando eu falei sobre o ambulatório da Unifesp, o doutor Schor seria minha primeira opção. Beijos com carinho!!!





Mais informações em:


quarta-feira, 17 de abril de 2013

3 ANOS DE BLOG! EU E O BLOG NO UNIVERSO JATOBÁ, O SITE DA JORNALISTA ROSANA JATOBÁ!!

Ontem foi ao ar minha entrevista no Universo Jatobá, o site da jornalista Rosana Jatobá. Escrevo para agradecer a ela e também à Fernanda, quem me entrevistou. Não é a primeira vez que Rosana abre espaço em seu site para a nossa causa. Ela noticiou o primeiro evento que fizemos no país para que haja maior conscientização da endometriose, o I Brasil na Conscientização da Endometriose, realizado em 30 de março, no vão livre do MASP, em São Paulo.

Conheci a Rosana, uma brilhante profissional e uma das jornalistas que me inspira muito, quando cobri o casamento dela com exclusividade para a revista Caras, em 2008. Desde então, nossa sintonia foi incrível. Ficamos bem próximas, e, no ano passado, a gente se encontrou no desfile de um cliente da assessoria que trabalho na São Paulo Fashion Week. Assim que me viu, ela veio falar comigo e ficou impressionada com a minha magreza. Isso porque não estou no meu manequim de antes ainda. Ela perguntou delicadamente se eu tinha feito uma lipo. Dei uma risadinha (porque é isso que ando escutando sempre), e contei um rapidamente um pouco da minha história. Ela achou incrível meu trabalho social, mas principalmente, minha história de superação. Sim, agora, a endometriose é algo que consigo conviver bem, graças a perfeição da minha segunda videolaparoscopia e do meu tratamento atual.

A partir daí, ela me convidou para esta matéria que amei. É um grande orgulho para mim, que sou jornalista, ser convidada por profissionais como ela, extremamente competente e do bem. Além de lindíssima, claro. Não tenho palavras para expressar o que senti com este convite. Com certeza, este gesto dela vai salvar muitas vidas femininas. Conte sempre comigo para o que precisar. Deixo aqui o link do site Universo Jatobá e o link da matéria sobre endometriose. Adorei o título,  Endometriose e Ela. Beijos com carinho!!

http://universojatoba.com.br/endometriose-e-ela/

quinta-feira, 11 de abril de 2013

3 ANOS DE BLOG: "A VIDA DE UM ENDO MARIDO" SÓ O AMOR SALVA!!!

Hoje na seção “A Vida de um Endo Marido” vamos abordar um dos assunto mais importantes entre um casal: o amor. Como já falei milhões de vezes no blog, pra mim, só o amor salva. Salva da depressão, da tristeza e de muitas coisas... eu sou a prova viva disso! A cumplicidade entre qualquer casal é essencial para haver a harmonia na vida a dois, seja na alegria ou na tristeza, na saúde ou na doença. Aliás, eu acho que realmente testamos o amor quando há doença e tristeza, viu. Este texto do endo marido Alexandre Vaz foi escrito sete dias após a cirurgia de sua esposa Susana, em agosto de 2012, mas ele será sempre atual. Até porque a endometriose pode ocasionar as cirurgias recorrentes. Este foi o primeiro texto que ele me enviou, e foi a partir dele que fiz o convite para escrever no blog e ajudar os maridos das endomulheres. Além do amor, o que me chamou atenção foi o companheirismo, a cumplicidade, a dedicação à companheira, dentre outros... Escolhi este texto para celebrar o amor nos 3 anos do A Endometriose e Eu. Escolhi este texto porque quero muitos endo maridos acreditando no amor. A data de nascimento do blog é dia 12, amanhã, mas iremos festejar o mês todo  Aqui, ele sente-se frágil e sem saída por ter de ir trabalhar a acompanhar o retorno pós-cirúrgico de sua esposa Susana.

O ser humano é frágil e sempre tem de optar por uma ou outra coisa, mesmo a contragosto. Não tem jeito, sempre é preciso escolher. A dedicação de um marido à sua esposa também é outro destaque do texto. Assim é um casamento, mesmo que seja para quem junte os trapos. Assumir um ao outro como “marido” ou “esposa”, é dedicar-se um ao outro por inteiro, independente da situação que tanto um ou o outro se encontre. Aproveito para pedir sugestões aos endo maridos sobre os artigos ao Alexandre. Peço que enviem sugestões de tema para alexandre.vaz.endo@gmail.com com cópia para carolinesalazar7@gmail.com e coloque no título Endo Marido, pois assim irei arquivá-lo sem abrir. E só para termos controle nas respectivas pastas. Ele também aceita sugestões para escrever o artigo sobre a falta de libido, dentre outros, ligados ao sexo, e como solucionar esta  conseqüência que acomete muitas de nós. Beijos com carinho! Caroline Salazar

"Sete dias após a operação de minha Susana, ela teve o retorno pós-cirurgia. Ao contrário daquilo que esperava, tive de ir trabalhar. E eu tive de contar com a irmã dela para acompanhá-la ao hospital enquanto eu fui trabalhar. Não é um momento crítico como foi o da cirurgia, mas era importante na mesma proporção. Porque quero que ela saiba sempre que estou ao seu lado, que a apoio, que somos um casal. Que para mim acabou a definição de “meu destino”, tendo sido substituída por “nosso destino”. Para onde formos, vamos os dois. Ainda que bastantes vezes isso significa que mesmo com ela doente eu tenho de ir trabalhar. Vê-la com dores, por vezes sem saber o que fazer ou pensar da situação em que se encontra, com a ausência de respostas, a espera pelo fim do dia em que eu chego. E, por vezes, o dia tem 16 horas em vez de 8, em que eu tenho de deixar a vida compartimentada, separada pelos portões de uma empresa. Aquela fronteira precisa de ser intransponível e impermeável. Mal o torniquete roda à minha passagem, aconteça o que acontecer, eu preciso isolar a outra parte da minha vida. Deixar pensamentos, angústias e dúvidas para trás. Porque na hora do patrão, eu tenho de conseguir dar sempre o meu melhor. E acho que até nem disfarço mal, mas cá dentro sei que poderia ser melhor. Nem que fosse 1% melhor, mas podia.

Porque nenhum de nós, que seja saudável emocional e psicologicamente, deixa de ser afetado pelo sofrimento de quem amamos. Porque nos dói no peito ver um olhar sofrido e, por vezes, desesperado antes de fecharmos a porta de casa enquanto saímos. Porque ali fica alguém que redimensionou a nossa vida, as nossas prioridades viraram o mundo ao contrário, e está a precisar de colo. E, por vezes, esquecemo-nos de coisas importantes que prometemos. E, por vezes, levamos broncas dos superiores porque não fizemos tudo o que estava combinado. E, por vezes, temos de brincar e rir com os colegas para manter a capacidade de funcionar mais um dia. Entretanto, quem precisa urgentemente de colo ficou em casa, sem capacidade de funcionar. E dói. Dói muito. Dói não estar sempre que seria preciso. No retorno médico de minha amada esposa foi um dia em que doeu, justamente por não estar onde e enquanto era preciso para quem é mais importante para mim. Porque minha equipe do trabalho estava desprovida. E lá fui eu. A minha cunhada, que sabe Deus tem problemas e cansaço de sobra, tomou o meu lugar e levou minha Susana à consulta em seu retorno pós-operatório. E eu fui trabalhar, imaginando que levaria 8 horas até ter a minha liberdade. Tal não aconteceu. Após regressar para casa, durante a tentativa de fazer o jantar, tive de interrompê-lo e retornar ao trabalho e ajudar na resolução de uma avaria. E sete dias após a cirurgia da minha Susana, tornei a não ter tempo para estar com ela, nem sequer no final do dia.

A minha Susana é de uma compreensão extraordinária. Também tem momentos em que se queixa, o que é perfeitamente normal. E eu sinto-me muitas vezes dividido entre o que fazer. Porque se por um lado está a minha família, que é para quem eu trabalho e essa é a minha prioridade número 1, se não trabalhar e não for capaz de colocar em casa o necessário para manter as nossas coisas, tudo desmorona. E lá tenho de lhe negar colo mais uma vez. Mas o meu amor por ela nunca abandona o meu coração. Onde quer que esteja, é por nós que eu lhe nego o colo que por vezes ela tanto precisa, e que me custa tanto dizer-lhe que não. E nunca se compensa. É impossível compensar um momento de carência, porque quando não o fazemos na hora, puff... já foi. Tenta-se que não seja sempre assim. Mas enquanto consigamos chegar a casa, ou telefonar a meio do dia para saber como estão as coisas, às vezes para dar um encorajamento, marcamos uma pequena presença que apesar de tudo é importante. Aqueles 2 ou 3 minutos, vilmente roubados ao patrão durante a sua hora, são para dar a quem mais precisa, e aguente-se o patrão e o chefe e o resto daquela corja que me rouba o tempo que eu preciso para dar a quem amo. Aguentem-se antes que eu vire bicho. Porque durante o dia, tenho a necessidade de fazer um exercício mental e relembrar-me de quem mais importa para mim, e porque é que eu trabalho.

Por isso, neste dia amar a minha Susana foi pedir-lhe desculpa enquanto lhe explicava que tinha de regressar à empresa, negando-lhe quase por completo o meu dia. O 7º dia após a cirurgia, em que eu devia tê-la acompanhado e afinal nem sequer restou o final. Fiz o trajeto até casa para simular um jantar e pedir desculpa à minha esposa por ter de regressar ao trabalho. Mas levei comigo o amor que temos, e que me lembra o porquê de eu lhe negar colo quando ela precisa para manter o meu posto e a confiança dos meus superiores. Apesar disso, não deixa de doer. Mas a esperança faz-me acreditar que um destes dias, vou vê-la a sorrir continuadamente como até hoje só tive alguns exemplos espaçados no tempo. Neste dia amá-la foi assim. Abraço!"



quarta-feira, 10 de abril de 2013

3 ANOS DE BLOG: "COM A PALAVRA, O ESPECIALISTA", O DOUTOR HÉLIO SATO!!!!

Abril é um mês muito especial para nós, afinal, "nosso filhote completa" 3 anos de vida. O dia do aniversário é dia 12, mas iremos festejar o mês todo. Porque eu sou uma mãe orgulhosa e muito coruja e acho que cada um que acessa o blog merece ler o melhor conteúdo que só o A Endometriose e Eu tem. Nunca imaginei que este blog serviria de inspiração para mulheres no mundo todo (e não só no Brasil) a criar seus blogs sobre esta enigmática doença. Eu reitero a importância de difundir informações corretas sobre a doença. E fico muito, mas muito feliz, até porque cada um é cada, tem seu jeito de pensar, de escrever e não dá para fazer nada igual. Aliás, esta é uma das frases que mais escuto quando dou uma entrevista: "Como surgiu a ideia do blog, porque como ele não existe." Ele é meu grande orgulho e hoje ele é também minha história de superação, já que a endometriose é algo muito bem resolvido em minha cabeça e, principalmente, na minha vida. Agradeço muito a Deus por ter me enviado meus anjos de branco, o doutor Hélio Sato, hoje parceiro do blog e que se dispõe a tirar dúvidas das leitoras sem se interferir nos tratamentos, com ética e respeito aos colegas, e o doutor Roberto Hiroshi Ieiri, meu amado proctologista e gastroenterologista, e quem contribuiu para a perfeição da minha segunda videolaparoscopia, em junho de2012. Hoje agradeço a Deus até mesmo pelos meus 21 anos de sofrimento com as dores fortes. Afinal, sem ela nada disso teria existido, nem o blog e a minha luta e a luta dele (o blog) para que nossa presidente, Dilma Rousseff, reconheça a doença como social no Brasil. Esta é a grande missão do A Endometriose e Eu. E tenho certeza que minha fé me salvou! O mais importante é ter fé e acreditar que tudo nesta vida tem um propósito de nosso Criador.

Por isso, a primeira seção “Com a Palavra, o Especialista” do mêsversário do blog é especial, porque são duas perguntas de duas leitoras além de muito queridas, são assíduas no blog e as quais ajudamos também em nosso grupo de apoio no facebook. A primeira é da manauara Tanísia Vital, que operou no começo do ano, e que teve de retirar todos seus órgãos reprodutores aos 35 anos, já que a doença estava bem avançada, e que agora precisa fazer a reposição hormonal. Já falamos aqui que apenas a retirada do útero, a histerectomia, não leva à cura da doença, mas também já explicamos como se dá a possível cura para quem não deseja mais ter filhos. A segunda pergunta vem da pernambucana Helitiany Nobre, que fez sua cirurgia no último mês, e que está muito em dúvida em relação ao tratamento. E eu tenho ceretza que estas dúvidas não são só delas, mas de muitas leitoras também. Se você tem alguma dúvida e quer saná-las, ou deixe sua pergunta aqui com nome, cidade e estado, ou envie para carolinesalazar7@gmail.com e coloque o título “Com a Palavra o Especialista”. E por falar em email, peço a todas muita paciência, pois ando com uma demanda grande de emails, e como trabalho cerca de 10 horas por dia, quase todos os dias, eu preciso dividir meu tempo livre entre pesquisa de textos, escrever textos, responder aos emails e ainda cuidar da minha vida, resolver meus problemas e sair um pouco com os amigos. Todos os emails serão respondidos, como faço desde 2010, respondo um a um com muito carinho e amor. Só peço para não replicarem os emails, como muitas estão fazendo, pois assim os 79 que tenho hoje irão virar quase 200. Beijos com carinho!!

- Tenho 35 anos e fiz a histerectomia total por conta da endometriose, há possibilidade de ela voltar fazendo a reposição hormonal? Receitaram-me o Natifa em pílulas. Qual seria a melhor reposição pra quem tem (ou tinha) endometriose? Tanísia Vital, Manaus, Amazonas

Doutor Hélio Sato: A endometriose raramente retorna após a histerectomia com retirada dos ovários e de todos os focos. Porém, dado os sintomas da falta do hormônio sexual (estrogênio) faz necessário o uso de terapia hormonal, e via de regra, nas pacientes que não tem mais útero basta o estrogênio, no seu caso o natifa. Mas, se estiver com alguma dor sugiro associar alguma progesterona, pois, este hormônio inibe a endometriose.  

- Fiz a cirurgia uma laparotomia em março e minha endometriose é grau III. Tinha focos em vários órgãos como bexiga, útero, ovário e trompas do lado direito. Já a minha trompa e ovários do lado esquerdos foram retirados. Receitaram-me o tratamento com análogo de GnRH, mas no meu estado só tem Lupron. Qual a diferença entre ele e o Zoladex? Eu quero muito engravidar, em sua opinião é preciso este tratamento antes da tentativa de engravidar? Existe um tempo ideal para tentar engravidar após esta cirurgia? Helitiany Nobre – Olinda, Pernambuco 

Doutor Hélio Sato: Não existe diferença entre as medicações, somente Zoladex é aplicado no subcutâneo e o Lupron é aplicado intramuscular, porém, a ação é idêntica. O uso do Lupron evita que a endometriose recidive em médio prazo, porém, inibe a ovulação no período do efeito da medicação, assim, dependendo da sua idade e do espermograma (exame do homem), talvez, seja melhor tentar engravidar e depois usar a medicação, se a gravidez não vier. Ou em alguns casos partir para uma fertilização, ou seja, os caminhos são vários e por isso recomendo conversar sobre todas as possibilidades com seu médico(a). Sim, habitualmente, aguarda-se 6 meses após o tratamento, mas, este tempo pode ser maior ou menor dependendo de caso a caso.  

Sobre o doutor Hélio Sato:





Ginecologista e obstetra, Hélio Sato é especializado e endometriose e em laparoscopia. Ele tem graduação em Medicina, Residência Médica, Preceptoria, Mestrado e Doutorado em Ginecologia pela Universidade Federal de São Paulo. É pesquisador principal de projeto regular da FAPESP.

Hélio Sato tem certificado em Laparoscopia pela Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e de Obstetrícia. É membro da AAGL “American Society of Gynecology Laparoscopy” e é membro associado da clinica GERA de reprodução humana. (Acesse o currículo Lattes do doutor Hélio Sato).

segunda-feira, 8 de abril de 2013

AS FOTOS DO I BRASIL NA CONSCIENTIZAÇÃO DA ENDOMETRIOSE EM SÃO PAULO!!!

Após matar a curiosidade com as primeiras fotos do I Brasil na Conscientização da Endometriose, realizado no dia 30 de março, no vão livre do MASP (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand),  em São Paulo, postamos as fotos oficiais do evento, tiradas pela minha amiga e designer voluntária do A Endometriose e Eu, Monica Martins. Espalhar informações corretas sobre a doença à população da maior cidade brasileira e da América Latina era um sonho antigo, que eu já alimentava há cerca de um ano e meio. Uma semana após o evento estou muito realizada e feliz. O Brasil na Conscientização da Endometriose marcou não só o início de um longo trabalho de conscientização da endometriose no país, mas também o ponta-pé de uma grande parceria: A Endometriose e Eu + Endometriose Brasil.

A meu ver, somente com a união e divulgando informações corretas sobre a doença iremos atingir nosso objetivo: salvar vidas femininas, em especial, a futura geração de endomulheres. Eu fiquei assustada com a quantidade de mulheres abordadas na rua que têm endometriose ou conheciam alguma que tem. Numa das fotos está um trio de mulheres americanas. Uma delas, de 80 anos, descobriu há pouco que tem endometriose. Daí, a teoria que a doença cessa na menopausa não serve para todas as mulheres. Afinal, cada mulher é única, e talvez, por isso também a endo seja ainda mais enigmática. Distribuímos cerca de 4 mil folhetos explicativos e uns 200 balões amarelos. E já acertamos que este será nosso evento anual de conscientização e o vão livre do MASP nosso ponto de partida. Eu até pensei em fazer em dois locais, como o MASP e a praça da Sé, no Centro, mas conversando com a Adriana Heintz e com a Marilia Jorge, elas orientaram a escolher um único local. E colorir de amarelo um pouco da avenida Paulista fazia parte do meu sonho. Eu amo a Paulista, acho uma das avenidas mais fantásticas do mundo. Tem um energia incrível e encontramos pessoas de todos os cantos desse mundão. Sinto-me tão bem nela. Sou uma goiana com alma paulistana.

Neste dia lançamos algumas ações para angariar fundos para a nossa fundação, a Associação de Mulheres com Endometriose (o nome aqui já consta como registro datado). Uma das ações é coma fita de conscientização. Um dia sai com meu amigo Renato Souza e levei uma fitinha na bolsa para saber a opinião dele se estava ficando bom ou não. Ele achou linda e logo colocou-a em mina roupa. Estávamos num barzinho e antes mesmo de eu falar alguma coisa, ele disse: "Você luta por uma causa, é preciso usá-las sempre." Nossa, não preciso dizer que amei a sugestão dele e já veio uma ideia em minha cabeça: fazer a "Corrente do Bem" com a fitinha. Iremos usar a fita amarela todos os dias. Com certeza, ao menos uma pessoa durante aquele dia irá perguntar "que fita é essa?" Assim iremos espalhar diariamente em vários cantos do Brasil mais a palavra endometriose

Afinal, é preciso mais conhecimento de toda nossa sociedade em relação à doença. E eu acho que esta ação é um meio de soltar aos 7 cantos o que é endometriose e seus sintomas. Assim como a panfletagem irá continuar no decorrer do ano em outros lugares. É preciso conscientizar todos os dias e não apenas em março. Seja do bem você também e junte-se a nós nesta corrente. Ah, e já acertamos a data do II Brasil na Conscientização da Endometriose para o dia 08 de março de 2014, o que tal? Unimos o útil ao agradável: o dia da Mulher que vai cair num sábado. Agradeço a todas pela ajuda, em especial, às minhas amigas Marcia Silva e Cecilia Miwa, que abraçaram a causa mesmo sem ter a doença. Em breve muitas novidades no A Endometriose e Eu. Ah, e a minha primeira sessão de RPG foi um grande milagre! Não sinto mais uma dor forte no ombro esquerdo e nem na lombar!! E para quem tem dores nas pernas, uma receita caseira do tempo da vovó que aliviou as minhas! E já estamos preparando mais camisetas. Quem quiser, favor entrar em contato no email carolinesalazar7@gmail.com, coloque o título Camisetas/ fitas de conscientização. Beijos com carinho!!

Eu, Paula Fermanda e Marilia Jorge

Paula Fernanda, Eu e Cecília Miwa, preparando os balões

Paula Fernanda, Marilia Jorge, Eu e Marcia Silva

Balão amarelo e folheto explicativo: mais consciência da endometriose


Um dos momentos mais esperados: a chegada de Patrícia Gastaldi, Lívia Lorenzini e Adriana Heintz vieram de Vitória, Espírito Santo, especialmente para o evento
Fernanda Matos
Marcia entrega balões às crianças e folhetos aos pais

Marcia Silva e Cecilia Miwa

Marcinha e Cecília em ação



Fernanda Matos, Marcia Silva, Cecília Miwa, Eu, Patrícia Gastaldi, Adriana Heintz, Lívia Lorenzini e Kadja, que trabalha com o doutor Roberto Hiroshi

Wagner, o endo marido de Fernanda, Gisele Dhal, Adriana Heintz, Patrícia Gastaldi, Graziela Reis, Simone, Eu, Edval, Thales e Lívia Lorenzini.A baixo: João, Cecília Miwa, Marcinha, Marilia Jorge e Rosilene Alves

As meninas do Endometriose Brasil abordam três americanas. Uma delas, de 80 anos, descobriu há pouco tempo que tem a doença

Wager, João, Fernanda Matos, Gisele Dhal, Adriana Heintz, Patricia Gastaldi, Eu, Livia Lorenzini, Rosilene Alvez. Agachadas: Cecilia Miwa, Marcia Silva e Marilia Jorge
Doutor Hélio Sato entre Paula Fernanda, Marilia Jorge, Patricia Gastaldi, Adriana Heintz, Eu, Lívia Lorenzini e Fernanda Matos

A panfletagem: informar sobre a doença aos passantes da avenida Paulista
João fotografa os pais






Colocando a fita de conscientização na nossa endoirmã Rosilene Alves

Momento de descontração

Gisele Dhal em ação...
.... e com Patricia Gastaldi e Lívia Lorenzini